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Pop explícito: Brasil dispensa 'versão light' e EUA têm 'hit mais desbocado da história'





A música mais tocada hoje nos EUA é "WAP", de Cardi B e Megan Thee Stalion, chamada por lá de "o nº 1 das paradas mais desbocado da história". No Brasil, uma prática do rádio sumiu na internet: a "versão light", sem palavrão, é cada vez menos necessária para um hit. Lá e aqui, o pop explícito está em alta.

O streaming cresceu e virou a maior fonte de renda da indústria musical no mundo desde 2017. A maior referência anterior, o rádio, depende de anunciantes e tem um consumo mais "familiar". Já em serviços como Spotify e Deezer, a audição é individual e há menos pressão para "filtrar" as letras. Selinho da discórdia Os EUA têm um padrão antigo para o assunto. Em 1985, pais ficaram chocados com as referências à masturbação de "Darling Nikki", de Prince. Nasceu o selo de "Aviso aos pais: conteúdo explícito", ícone para alertar sobre sexo, violência e drogas em letras no mercado musical americano e britânico.


Nos maiores serviços de streaming, o famoso selo é substituído por um discreto quadradinho com a letra "E", de explícito. Ele está lá ao lado do hit "WAP". Os versos sobre lubrificação vaginal causaram furor: críticas pela falta de pudor e elogios pela valorização do desejo e do poder feminino.

Cardi B e Megan Thee Stalion podem ter exagerado, mas não estão sozinhas: 33 das 50 músicas mais tocadas nos EUA no Spotify no início de setembro de 2020 têm o adesivo de "explícito". Por lá, a aplicação do selo é rigorosa, regulada pela própria associação de gravadoras do país.


Os brasileiros podem não perceber, mas os serviços de streaming também adotam o selinho "E", de explícito. Ele costuma aparecer em cerca de 10% do ranking nacional do Spotify. Mas aqui o palavrão é autodeclarado. É o artista ou o distribuidor que diz se a letra é explícita, sem ninguém checar.

As duas músicas mais tocadas nos últimos meses, "Na raba toma tapão" e "Oh Juliana", ambas do MC Niack, não foram cadastradas com o selo "E", mesmo com termos sexuais parecidos aos de antigos líderes que se declararam "explícitos", como "Deu onda", de G15, e "Gaiola é o troco", de Du Black.

Mas não é só através do funk que os palavrões entram nas paradas. A música mais tocada do primeiro semestre de 2020 no Brasil, "Liberdade provisória" não tem o selo de aviso, mas tem um sonoro "p... nenhuma" no refrão.

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